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Origem do Stupa

A Origem do Stupa

O seu simbolismo na Cultura Budista Tibetana

 

Depois da morte e atingimento da Iluminação ou Paranirvana de Buda, o seu corpo foi cremada e os fragmentos, restos de ossos, dentes, cabelo e roupa, foram distribuídos pelo mundo Budista como relíquias. Estes foram primeiro colocados no topo de altos montículos que gradualmente se foram transformando em estruturas solidamente construídas, às quais chamaram stupas. Os protótipos de todos os dagobas, pagodes e os chörtens tibetanos, mesmo sem relíquias no seu interior, tornaram-se em puros símbolos da Iluminação Última. Existem várias definições, umas mais completas que outras, para o simbolismo dado a um stupa.

 

O stupa representa o Buda coroado e sentado em postura de meditação, num trono de leões. A sua coroa é a cúspide da estrutura, a sua cabeça é o quadrado da base da cúspide, o seu corpo é a abobada, as suas pernas os quatro degraus inferiores e a base quadrangular representa o trono.

 

O stupa também representa os 5 elementos e a sua relação com a mente Iluminada. Estes são os atributos essenciais de um ser plenamente realizado: a base do stupa significa a terra e a equanimidade, a abobada a água e a indestrutibilidade, a espiral significa o fogo e a compaixão, acima destas, encontra-se o símbolo do vento e da acção que tudo realiza e no topo, a jóia que representa o espaço e a consciência omnipresente. Deste modo o stupa é um mandala, um design sagrado que contém todas estas qualidades iluminadas.

 

No Tibete a construção de stupas tornou-se uma parte integral da vida espiritual e o simbolismo é tão vasto e complexo que é um tanto ou quanto ridículo tentar simplifica-lo aqui. Todas as partes visíveis de um stupa têm um significado específico, ainda assim esta explicação é meramente superficial; no seu interior são dispostos livros de escrituras e relíquias em posições bem definidas, cada um destes elementos é vivificado por um sentido simbólico.

 

Existem vários tipos de stupas e dois motivos para a sua construção após a morte de Buda Shakyamuni; o primeiro para comemorar os Oito Grande Feitos da sua vida e o segundo, para servir de relicário aos seus restos mortais.

 

Começando pelo princípio, no Budismo Mahayana a generosidade é o primeiro dos Seis Paramitas – Perfeições e dentro das diferentes categorias de dádiva nenhuma é mais elevada ou se compara à doação do Dharma. Como um stupa representa a mente do Buda, a pessoa que contribui para a sua construção dando algo de si, da sua riqueza ou esforço, envolve-se assim num acto de compaixão. Nesse preciso momento está a colocar os outros acima dos seus interesses pessoais, desta forma construir um stupa ou contribuir de qualquer modo para a existência de um, é considerado um acto virtuoso.

 

Este monumento é uma estrutura física que invoca o desejo de paz e harmonia.

 

O Buda disse: “Quem quer que veja um destes stupas será liberto pela visão. Sentir a brisa que passa pelo stupa liberta-nos pelo tacto. O som dos pequenos sinos pendurados no stupa liberta-nos pela audição e ao lembrarmo-nos deste, libertamo-nos através da memória”.

 

O stupa que é um relicário para os restos mortais de um Lama é simultaneamente uma memória vívida deste e a corporificação do estado Desperto nos seus aspectos de Pureza e Omnipresença. Quando um grande Ser morre, o seu corpo deixa de existir mas, para indicar que a sua Mente permanece para sempre no estado imutável do Dharmakaya então, construímos um stupa como símbolo da Mente dos Budas.

 

Tal como é transmitido nos Ensinamentos, todo e cada aspecto do corpo físico de um Buda é permeado pela Iluminação, assim sendo, mesmo após a cremação os restos mortais de um Lama, são considerados sagrados porque são a essência destilada da sua forma física, assim eles próprios são uma corporificação do estado Iluminado. Sendo o stupa preenchido com tais substâncias é assim considerado como uma poderosa fonte que jorra permanentemente bênçãos. É dito que ao venerar um stupa nestas condições poderemos simbolicamente encontrar o Lama e que o impacto visual de tal monumento trás uma experiência directa do Despertar.

 

Actualmente a construção de stupas continua, não só pelas razões explicadas ao longo do texto, como também pela sua capacidade secular de libertar os seres sencientes, só porque são vistos.

 

Como surgiu e o que representa um Stupa

 

O Mahaparanirvana sutra diz-nos que o próprio Buda Shakyamuni descreveu as formas básicas de um stupa antes de entrar em Paranirvana, dando instruções sobre o que fazer com o seu corpo após a sua eminente morte e subsequente cremação.

 

Os discípulos perguntaram-lhe então o que fazer com as cinzas, consideradas com outros reminiscentes, relíquias sagradas. O Buda disse-lhes então que deveriam colocá-las em sacrários erguidos em quatro lugares sagrados que marcavam etapas do seu percurso:

 

- Lumbini, o seu local de nascimento

- Bodhgaya, o local da Iluminação

- Sarnath, o local do primeiro Ensinamento público

- Kushinagar, o local do falecimento

 

Ele próprio demonstrou a forma do stupa, ao de forma muito prática construir um modelo do stupa ao dobrar o seu manto em quatro formando um quadrado. Sobre esta base colocou a sua tigela de mendicância invertida e disse que os stupas deviam ter esta base como construção.

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